A intervenção consistia no Projecto de Reformulação e Ampliação da Escola Secundária Gil Vicente, em Lisboa. O volume do antigo Liceu Gil Vicente, encontrava-se estruturado por dois grandes blocos de salas de aula, articulados por um corpo central que incorpora uma arcada aberta, gerando uma espécie de praça central; ortogonalmente à arcaria, existe a entrada principal, assinalada formalmente através de uma escadaria “monumental”, culminando com um frontão como remate de pilastras bem assumidas na fachada. A linguagem arquitectónica, está em conformidade com os códigos da época, representativa dos ideais do Estado Novo. Contudo, é na qualidade da estruturação dos espaços desta pequena “cidade” e a sua relação com a paisagem e com o espaço público, que este conjunto edificado evidencia grande qualidade – há a “praça” que funciona de recreio, com as arcadas em dois níveis; o grande volume do ginásio que pelo seu uso comum se destaca dos restantes; as “vias” de acesso aos espaços de ensino e os pequenos largos quando estas se encontram, etc.
Foram concebidos diversos conceitos de projecto, tais como as de natureza tipológica, o enquadramento dos volumes ampliados no contexto físico existente, a nova articulação funcional com a envolvente e as naturais opções formais dos seus autores. Do ponto de vista arquitectónico, à intervenção presidiu uma ideia de identificação e inventariação do universo permanências a salvaguardar, sugerindo que a estrutura dos novos volumes funcione como elementos de enquadramento e valorizadores das referidas pré-existências.
O edifício é estruturado a partir da ideia de criação de um núcleo central, contendo as valências espaciais de maior intensidade de utilização colectiva, funcionando como interface entre os dois grandes blocos de ensino e articulado com os espaços desportivos e recreativos. A partir do átrio principal pode aceder-se a todas as alas de salas de aula, às áreas de uso colectivo (biblioteca, restaurante, loja de conveniência, etc) ao núcleo de gestão e ao administrativo, etc. A sul, implantada paralelamente ao edifício existente é proposta uma nova ala edificada, acolhendo a sala de educação tecnológica e a oficina de informática. Com disposição ortogonal ao anterior, um novo volume com dois pisos, prevê a existência no piso superior, de uma sala de música e um amplo espaço polivalente, bem como instalações de apoio às actividades desportivas. Em articulação com os espaços e infraestruturas desportivas, propõe-se como remate sul, a construção de um polidesportivo exterior coberto.