A Barbacã, “muro anteposto às muralhas e mais baixo do que elas”, tinha como função defender o fosso, função esta há muito ultrapassada. Entretanto ocupada como terrenos de cultivo, pequenas hortas, apresentava-se antes da intervenção como local abandonado, língua de terreno aprisionada entre dois panos de muralha que a cidade pretendeu resgatar. Assim, a intervenção retomou-lhe a forma, os extremos do percurso reequacionaram a sua ligação com a cidade ao intervir nos espaços públicos confinantes, apostou-se na arte pública, na iluminação cuidada e apropriada, retomando-se uma estrutura vegetal que sublinha um percurso entre pedras com histórias para descobrir.
Do seu extremo sul, a entrada faz-se através de um portão pivotante, valorizada pelo trabalho do escultor Rui Matos. O percurso segue as muralhas, descobrindo espaços de diferentes naturezas, desembocando no antigo baluarte, que a História relegou para promontório. A descida para nascente acontece por meio de socalcos que vencem o desnível acentuado, seguindo um enfiamento de oliveiras, alcançando um arruamento que rasga a antiga cercania e se entrelaça na malha da cidade.