O Castelo é um dos edifícios do tecido urbano da cidade de Portalegre com maior carga simbólica, histórica e arquitectónica, constituindo elemento agregador e factor de identificação da comunidade portalegrense. Constitui referência visual, que marca a paisagem e a silhueta da cidade de Portalegre. A sua estrutura amuralhada assume (como não poderia deixar de ser) um papel importantíssimo na génese e conformação da forma urbana. O seu posicionamento no relevo, motivado por razões estratégicas de defesa contra o “invasor”, tinha como pressuposto “ser inacessível”.

Previamente à intervenção, o castelo era um “centro” vazio que, por outra ordem de razões, permanecia efectivamente inacessível. A sua refuncionalização proporcionou ao Castelo retomar um papel central e estratégico no relançamento da actividade urbana intra-muros. O imóvel consiste num espaço amuralhado, de onde se destacam três torres de menagem. O recinto interior forma uma praça ovalada, de pavimento rochoso, atravessada por uma rua que secciona o conjunto e liberta uma das torres.

A proposta preserva integralmente as estruturas amuralhadas, procedendo-se à introdução de um novo volume, em forma de ponte, que repõe a articulação funcional entre os três torreões, criando uma única entidade formal. Estas novas estruturas são compostas por elementos em lamelado de madeira, contrastanto formalmente com as estruturas de alvenaria de pedra das pré-existências.

O piso inferior do núcleo central, totalmente transparente sobre o espaço público, é constituído pelo átrio, recepção / bilheteira / bengaleiro e por um conjunto de acessos verticais – escadas e elevador. Do outro lado do arruamento, através da porta do torreão, acede-se ao espaço reservado para o Núcleo Interpretativo das Muralhas da Cidade de Portalegre. Este espaço expositivo, através de uma escada interior de ligação com o piso 1 do núcleo central, articula-se com um espaço polivalente, onde se prevê instalar exposições temporárias. O Piso 1, além da sala polivalente, possui um espaço comercial tipo loja dos museus e instalações sanitárias.
Este piso tem uma ligação directa às galerias exteriores. No último piso propôs-se um conjunto de espaços dedicados a actividades sociais e de restauração, nomeadamente cafetaria e uma sala para reuniões.

O espaço exterior está vocacionado para a realização de um conjunto de eventos culturais e de lazer, retomando-se uma prática antiga de cinema ao ar livre, de espectáculos musicais, teatro, dança, etc.