A sua configuração, contextualização urbana e relevo são de tal modo singulares que condicionam, de modo decisivo, todo o projecto, isentando-o de padronização. A área de intervenção é caracterizada pelo seu posicionamento periférico e o acentuado declive, com uma exposição poente e um diferencial altimétrico de cerca de 32 metros. A delimitar a área de intervenção existem duas linhas de drenagem das águas pluviais que deverão ser integralmente preservadas. A estas condicionantes acresce o enquadramento na paisagem do Parque Natural da Arrábida, a articulação com o tecido antigo de Palmela, e a colina dominada pelo Castelo.
A proposta é constituída por um edifício que se desdobra em pequenos volumes, de forma a poder acompanhar e adaptar-se à irregularidade do terreno. O acesso rodoviário aos edifícios de habitação é feito a sul, por uma rua a consolidar. De todo o conjunto edificado apenas sobressai o volume do elevador, que permite o acesso às habitações nas diversas cotas. Dos 16 fogos, um funciona como remate norte junto ao arruamento, enquanto os restantes se organizam em dois patamares, articulados pelos acessos verticais e estacionamento. Este dispõe-se num único espaço, de serventia a todas as habitações, na retaguarda das mesmas, inserido na encosta. A partir daqui pode aceder-se individualmente a cada um dos fogos de cota mais elevada, ou seguir a distribuição vertical para aceder aos de cota mais inferior. Cada uma destas habitações dispõe de dois pisos, em que as áreas sociais se localizam no superior e as privadas no inferior. A marcação de pátios exteriores e lanternins na cobertura, em cada um dos fogos, permitem captar luz natural, já que devido à disposição do terreno apenas um dos alçados dispõe de vãos para o exterior. A disposição em socalcos dos volumes a edificar permite uma fácil acessibilidade e utilização das coberturas.